Let´s Go!

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7.2.12

O Crustoli e o Sonho (no caso, o Pesadelo)

É incrível como nossa alimentação pode trazer insights interessantes.
Ontem a noite resolvi comer Crustolis, uma sobremesa italiana feita de massa de pastel frita com açúcar e canela, coisa de imigrante pobre. E, uma delícia.


Este tipo de comidinha me lembra infância (como para outras pessoas é o Bolinho de Chuva) e minha avó. Numa padaria italiana comprei um saquinho de crustoli para matar a vontade e lá vou eu atacar o pobrezinho bem antes de dormir.


Quem já teve refluxo sabe o perigo que é comer fritura ou comidas pesadas antes de dormir. E nem preciso dizer que ontem estava um calor amazônico, o que também atrapalha o sono.


Em suma, suei montes e tive um belo pesadelo. E foi ele que me chamou a atenção. Não me lembro de detalhes, mas nele existiam pequenas criaturas que me seguiam, e quando eu olhava na direção delas, elas sumiam ou se escondiam.


E acordei no meio da noite pensando nestas criaturas que não vemos e que nos assombram. E posso dizer que existem muitos medos, mas os maiores de todos são associados ao desconhecido. Temos uma relação ambígua com o desconhecido, pois queremos a novidade mas não queremos o absolutamente novo, que é incontrolável e não categorizável por natureza (até nos acostumarmos a ele).


E lá estava meu sonho me mostrando como tenho medo do desconhecido, e como não consigo enquadrá-lo, organizá-lo, etc etc etc.


A prática do desapego nada mais é que aceitar o desconhecido em nossas vidas, mesmo que tenhamos medo do que possa acontecer. Pois sempre teremos os medos.


Quando era pequeno li uma bela história em quadrinhos do Fantasma, onde ele entrava numa aldeia de canibais, gritava com todo mundo, salvava a mocinha e se mandava. Lá fora, dois guardas florestais perguntam a ele se tinha tido medo. Ele diz que "Tinha morrido de medo", daí um dos guardas pensa (naqueles balões de sonho): "Coragem não é não ter medo, e sim ter medo e continuar".


Nada como um crustoli bem gorduroso para me fazer lembrar que sempre teremos medo, e sempre devemos continuar...

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