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9.4.12

Serbian Film - Até Onde Vai a Sexualidade?

Serbian Film (Um Filme Sérvio) é um filme grotesco, e mal acabado. Não é para todas as pessoas, pois trata de um dos mitos da pornografia hardcore, os Snuff Movie. Seriam filmes de sexo com morte e violência reais, e, da mesma maneira que existe muita gente que acredita que sejam lendas urbanas, num mundo complexo em que vivemos hoje não seria de todo absurdo que existissem coisas assim sendo comercializadas de maneira clandestina.
Do ponto de vista cinematográfico o filme é mediano, trata da história de um ator pornô recém-aposentado (com mulher e filho pequeno) que é convidado a estrelar um último filme, com a condição de não saber o roteiro, ganhando uma fortuna. Sem perspectivas e atiçado pela vida pregressa de astro do pornô, o cara topa e cai numa armadilha onde perversidade, violência e sexo se misturam.
Não é o primeiro filme a atiçar a curiosidade com a possibilidade de realmente existir este submundo. O mais antigo que me lembro chama Canibal Holocausto, um suposto documentário sobre uma filme que teria saído do controle. Sangue, tripas, tribos estranhas e mulher pelada.

No caso de Um Filme Sérvio há a questão nacional da Sérvia, um país fruto da fragmentação sangrenta da Iugoslávia, onde genocídios horrorosos aconteceram, e vizinhos mataram vizinhos a machadadas, no estilo Jason do Sexta-Feira 13, o que poderia sugerir uma metáfora da tensão naquela terra, mas isto transparece de maneira pouco sutil e meio abobada num discurso do diretor do filme que está sendo rodado. O que interessa mesmo é o Gore, a sanguinolência, e a mulherada pelada sendo despedaçada. Não há crítica no filme, só reafirmação do gênero, um Subtrash confirmando o interesse em Corpos Mutilados e... Mulher Pelada. 

Ah, você acha que estou exagerando? Há revistas especializadas no assunto, como a Girls & Corpses, com simulações de violência e mulherada rebolante.

O bom e velho Freud estava com a razão total sobre nossa pulsão primordial (Id), que é essencialmente Sexo e Violência. Podemos sublimar, transformar em arte ou simular nas parafilias por aí. Mas a coisa mexe com as pessoas. 

Logicamente não somos movidos sempre em busca de Sexo ou de Violência: De acordo com Frans de Waal somos parte Chimpanzé, parte Bonobos: O ser humano seria uma versão bipolar dos dois. Chipanzés usam da violência para obter sexo, e Bonobos usam o sexo para evitar a violência. Oscilamos entre estes dois primos próximos, e vamos seguindo com nossas ambiguidades em relação ao tema. Pena que o filme não traga esta questão, e no final, aja com punição moralista em relação aos protagonistas...

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