Let´s Go!

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6.5.13

O Mala das Redes Sociais - Conhece? Espero que não...

Foi dia destes que reparei: Tem gente que para afirmar sua personalidade precisa discordar de você.
Quanto mais ela fizer oposição, mais significará que ela existe. Em alguns casos mais radicais, ela precisa te destruir para poder existir.

No mundo real passei por isto faz um tempo. Primeiro a pessoa se aproxima, se torna íntima, e depois arranja uma maneira de te destruir. A sua existência é um atentado a existência dela. É tão insuportável ela se olhar no espelho que precisa de alguma outra pessoa que a personifique para depois eliminá-la.

Eu sei, eu sei. Qualquer pessoa com o mínimo de autoconhecimento sabe que no fundo a única pessoa que precisamos superar somos nós mesmos. Nem precisa de grande conhecimento, basta ter assistido Star Wars para entender o kit básico. Mas "entender" não tem nada a ver com sentir e expressar. São coisas diferentes. E é neste conflito que surgem pessoas destrutivas.

Como nas Redes Sociais não dá para ser absolutamente destrutivo (o pessoal está vendo, pega mal, tudo documentado pode dar processo, cana, etc), o ser destrutivo e inseguro se transforma no Mala das Redes Sociais.

Para exemplificar sem apontar para os outros, vou contar uma história que aconteceu comigo. Eu estava com dois amigos recém-ingressos na Faculdade de Filosofia tomando cerveja num boteco.
Os dois estavam animadíssimos. Parecia que ter entrado na Filosofia fosse como se alguém tivesse dado autorização formal para elaborar raciocínios abstratos e divagações intermináveis em nome do conhecimento. E os dois falando um monte de abobrinha, e eu entediado que só.
Num determinado momento percebi que poderia me divertir um pouco com a situação. Quando os dois, depois de um longo e tortuoso raciocínio quase estavam chegando a um consenso pretensamente filosófico eu cortava e dizia: "Não necessariamente". Aí os dois se olhavam e tinham de concordar comigo. E começavam a divagar novamente em busca de alguma linha de pensamento consistente.
Resumindo, fui ficando meio bêbado e soltando uns "Não necessariamente" a cada dez ou quinze minutos, o que obrigava os dois a reverem seus argumentos. Eles só perceberam que eu estava trollando o debate quando já estava praticamente debaixo da mesa de tanto rir.

Pois é.

Nas Redes Sociais sempre tem o Mala do "Não Necessariamente..." Você gosta de panquecas? Postou uma foto de uma bela panqueca? Ele vai comentar: "Não gosto de panqueca".
Você gosta de Rock Clássico? Ele vai dizer " Tenho dúvidas se Rock é realmente música".

Não dá para dizer que tecnicamente isto seja um diálogo. É só ele se contrapondo a você. Mais importante que debater, o que ele quer é discordar. Discordar para Existir.
Deve ser terrível olhar no espelho, entendo sua tristeza Mr Mala, mas vai encher o saco de outra pessoa...

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