Let´s Go!

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10.9.10

Eleições 2010 - me cansei.

Não vejo absolutamente nenhuma graça na eleição presidencial deste ano. Nenhum candidato me comove, me faz de alguma maneira pensar em algo diferente do que já vi nos últimos vinte anos.
A única coisa que fico pensando é que votar, de certa maneira, é incluir um tag em sua personalidade, nada mais. Algo como usar uma marca de tênis, freqüentar um clube ou gostar de um estilo de música. Acho que ver a política assim, sem ideologia, é mais agradável e menos frustrante. E, talvez seja assim que as coisas devam ser nestes idos de 2010.

Dilma?
É um tag pseudo-ideológico, mas na verdade é partidário-fisiológico-ressentido. Há um quê de mágoa na postura da candidata, um ressentimento dos feios, dos que ficaram de fora da turma dos bacanas, que olhavam o carro bonito do vizinho e queriam o carro, mas queriam mais ainda que o vizinho morresse.
Não tenho nem quero este tipo de ressentimento. Tks

Serra?
É a pseudo-elite intelectual, vertente específica da USP, FFLCH das antigas. Vejo bem a foto, alguns pais de amigos meus, estilo anos 70, casa em Ibiúna, literatura latino-americana, com um pezinho em Paris. São os que emergiram de imigrantes pobres que se misturaram com os filhos empobrecidos dos quatrocentões nas escolas públicas, o que acontecia antigamente.
Não são "do povo": Os que eram não querem ser mais e os que nunca foram tem horror de se tornarem.
Há algo em meu coração que tinha simpatia por isto, hoje não tenho mais. PSDB, vai com Deus, ou com Deleuze, sei lá.

Marina?
Mistério, figura mítica, como as das lendas amazônicas. Um boitatá, uma curupira, seringueira, faxineira, senadora e professora. Mistério complexo, que foge do esperado se tornando evangélica e se filiando ao PV, partido misterioso também , cujo único mérito, ao meu ver, é ter o Gabeira por lá.
Com o vice, dono da Natura, podiam lançar uma linha de produtos eco-sociais-ufanistas, um pote que milagrosamente te deixasse mais bonito, mais cheiroso e que te desse integridade como habitante do universo.
Definitivamente é a melhor opção, não vai ganhar mesmo e ainda dá certo glamour. Me sinto um outsider, um alternativo, ligado às causas ecológicas, votando em mulher humilde, self-made-amazon-woman.
Pega bem e não compromete.

Plínio
Todo mundo tem um tio velho meio maluco, que faz a felicidade da garotada, que mostra filminho de sacanagem, que bebe demais, que é inventor ou que se candidata a presidência.
Votaria fácil nele, adoro velhinho, e acho que do jeito que ele vai, ainda vai tentar na eleição que vem. Mas só de pensar no projeto antidemocrático que vem por trás me dá certo medo de fazer tal estripulia...
Boto fé no véio, mas não na turma dele. Tem meu apoio moral, mas não eleitoral.

E vamos falar de outra coisa que isto já me encheu!

2 comentários:

Unknown disse...

Finalmente li algo que gostei nesta eleição. Pena que ainda tenho que escolher em quem votar!

Carol Peters disse...

Discordo da maioria das suas opiniões, mas não vou insistir nesse assunto.
De qualquer forma, é um texto interessante - bastante sintomático da conjuntura política atual, do desânimo político da nossa republiqueta (e que, diga-se de passagem, não é tão recente).