Let´s Go!

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18.6.13

65 Mil Pessoas pararam São Paulo?

Se têm alguma coisa que aprendi nestes movimentos é que definitivamente não vou levar mais a sério os meios de comunicação tradicionais. Os canais de televisão aberta e os grandes portais não entenderam o movimento em São Paulo (ou não quiseram entender), e a cobertura é a mais vergonhosa que vi desde que nasci.

Para deixar claro: Não estou sendo influenciado pelo sentimento de nacionalismo e querendo achar que foi uma manifestação maior do que realmente foi pela sua importância simbólica. No universo do simbólico basta uma, e apenas uma pessoa num ato solitário para que alguma coisa faça sentido.

Primeiro: A mídia estava em busca de quê? O que é notícia? Pelo que entendi notícia é baderna, confusão e vandalismo. Nos locais onde isto aconteceu pelo Brasil sempre tinha gente da mídia registrando. Nos locais onde passei, onde as pessoas andavam tranquilamente numa massa gigantesca, a mídia tradicional não deu cobertura. Será que os canais abertos viraram de vez um grande programa do Datena, onde quanto pior for melhor? Por que aí dá audiência? 

Segundo: Incrível como os poucos políticos profissionais falaram bobagem sobre o assunto. É evidente que devem ser raríssimos os políticos profissionais que representam alguém que estava nas manifestações. E estes movimentos tipo PSTU e Passe Livre até tentaram "dirigir" as manifestações, mas não conseguiram, o que acho ótimo. Um fato que reflete a miopia político-partidária é que os governos estão convocando as "lideranças" do movimento para negociar, como se isto existisse de verdade. Quer dizer que se o Alckmin, a Dilma e o líder do PSTU sentarem e negociarem o PSTU vai mandar uma mensagem e todo mundo vai ficar em casa? Será que eles acreditam nisto mesmo?

Terceiro: Os canais de comunicação e os governos precisam escolher, ou foram poucas pessoas para as ruas ou São Paulo parou. Dizem que a Parada Gay junta mais de um milhão de pessoas na rua quando ocupa a Avenida Paulista. Ontem tinha gente na Marginal do Pinheiros, no Largo da Batata, na Faria Lima, na Rebouças, na 23 de Maio, na JK, na Berrini, na Ponte Estaiada, na Santo Amaro, no Palácio do Governo. Para se ter uma ideia, quando estávamos chegando na JK tinha gente que ainda não tinha saído do Largo da Batata, e já tinha gente na Ponte Estaiada, um trajeto de 12 quilômetros.

É manipulação para todo o lado, né? Será que o pessoal não percebeu que a luta é justamente contra isto? Caros representantes do governo e políticos, canais de comunicação, revejam o que estão fazendo pois neste momento vocês não representam ninguém que estava nas ruas, apenas os seus próprios (e muitas vezes questionáveis) interesses.

1 comentário:

Ale Vecchio disse...

Grande Bender.

Sempre admiro seus comentários. Só quero enriquecer um pouco mais falando do Datena e de outros "jornalistas". Sinceramente, fiquei surpreso ao ver a cobertura da TV.

O Datena comentou, durante todo o programa, que era uma manifestação legítima e que era sobre muito mais do que apenas os 20 centavos. Uma voz do povo contra toda a série de barbaridades que tem acontecido na política brasileira. Parecia estar autorizado a falar o que quisesse. Para mim, foi a grata surpresa da noite.

Agora vamos falar das palhaçadas... A Leilane na Globo News estava sofrível. Nervosa, parecia podada. Muito falou sobre os atos de Brasília, mas sempre com algum viés.

Mas o prêmio de pior "jornalista" vai para o Sr. Marcelo Rezende, da Tv Record. Ficou o tempo todo fazendo terrorismo. Enquanto havia 11 motos paradas na Marginal Pinheiros, claramente postadas para organizar o trânsito e as interdições para a passagem do povo, o Rezende apenas falava sobre o conflito que "iria acontecer". Apologia à violência é pouco. Se alguém estivesse no meio do povo, apenas ouvindo esta narrativa, acreditaria que estava havendo um grande conflito lá na frente. Isso é inadmissível. Será que este senhor nunca ouviu falar de Orson Welles e A Guerra dos Mundos?