Let´s Go!

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2.5.13

Por que as mulheres rebolam?

Há uma explicação para as mulheres rebolarem.
A questão óbvia é obter a atenção do macho. Mas por quê o rebolado faz com que os homens parem tudo e fiquem observando?

Homens prestam atenção em alguns sinais. Aprenderam durante os últimos milhares e milhares de anos. Depois de observarem o rosto da mulher (identificando empatia a partir dos neurônios-espelho e do micro-gestos faciais), sua atenção irá direto para o quadril.

Existe uma proporção áurea no corpo da mulher que o homem calcula sem perceber, que está na relação do tamanho do quadril e a cintura. O cálculo deve chegar em 0,70 aproximadamente na relação entre o tamanho dos dois. Se a relação estiver mais ou menos neste número, os homens tendem a se sentir atraídos pela mulher.

Isto tem muita relação com a capacidade de procriar da fêmea, e os homens não calculam isto conscientemente, é uma coisa que acontece, herdada de gerações e gerações que evoluíram neste sentido. Os homens apenas sabem disto, e ponto.

E as mulheres também.

E por que rebolam então?

O rebolado aumenta o tamanho do quadril, e o movimento chama a atenção do macho. Acelera o processo de atenção, atraindo o olhar do potencial parceiro.
A mulher emite sinais, e o homem percebe.

1.5.13

É Possível Surgirem Flores no Pântano?


Não sou behaviorista, não acredito na proposta do Skinner que dizia que toda nossa personalidade depende de nosso ambiente. Se formos criados num lugar bom seremos bons, se formos criados de uma maneira ruim, seremos ruins.

Minha maneira de pensar é que nossa personalidade é construída num mix entre genética e ambiente. Não penso que seja 50/50, acho que varia de acordo com a pessoa, a época, o momento, etc,etc. Mas é inegável que o ambiente contamina nosso comportamento, mesmo que não percebamos.
Um exemplo (bobo) disto foi um dia que decidi parar de pintar em Preto e Branco e resolvi comprar tintas coloridas. Estava na loja e me encantei com um verde escuro, foi o primeiro pote que peguei. Quando cheguei em casa descobri que era exatamente a cor de uma de minhas paredes da sala.
Aquela cor estava impregnada no meu pensamento.

Descobri, através de um amigo, o trabalho de uma fotógrafa muito interessante, a Fabi Futata. Em um dos seus belos e instigantes álbuns, vi esta foto acima, que me chamou a atenção: um garoto com o dinheiro do Banco Imobiliário espalhado pelo corpo, óculos escuros na cabeça e um gesto muito interessante nas mãos. O que este gesto simboliza?

Simboliza Armas.

Já vi fotos de assaltantes exatamente deste jeito. Símbolo de status e poder, dinheiro e armas. E de bandidagem. Orgulho.

Quantos anos têm este garoto? Esta postura simbólica não é algo que vemos nos filmes, é algo que de vez em quando vemos nas redes sociais, ou nos noticiários policiais.
E aí vem o pessoal falar de "maioridade penal", como se isto resolvesse alguma coisa. O garoto mora numa ocupação, prédio abandonado, sem nenhuma condição. Se apega as referências que têm, ou que pode ter.

Ele é inocente? Pode ter sido, mas dificilmente continuará a ser sem que surja algum contraponto a esta visão de mundo que está impregnada na sua existência.

Isto vale para outros redutos existentes que a classe média "formadora de opinião" evita enxergar.
Internação compulsória de dependentes químicos? Para quê? Para tirar da rua este povo "feio e doente"?
Caminho todos os dias pelo centro de São Paulo e vejo inúmeros prédios abandonados e ocupados pelos Sem Moradia. Vejo ambulantes sendo retirados das ruas pela Polícia Metropolitana,  moradores de rua com problemas mentais vagando por uma sociedade que se diz plural, mas na verdade é cada vez mais monolítica, engessada e sem a mínima capacidade de absorver aquilo que foge de seus padrões estreitos.

Infelizmente acredito cada vez menos na possibilidade de surgirem belas flores no pântano. Acho que o lixo social vai gerar cada vez mais lixo social. E vejo poucas pessoas preocupadas de verdade com isto.

Agradeço a Fabi Futata por permitir que eu tenha usado sua bela, porém complexa fotografia em meu post.

29.4.13

Preste atenção nos sinais! Como nos enganamos e fazemos julgamentos equivocados...

Dia destes estava estacionando meu carro quando vi uma briga na rua, bem em frente ao estacionamento. Centro de SP tem de tudo, mas acho que foi a primeira vez que peguei dois caras se batendo.
Um rapaz jovem, negro, batia com gosto num senhor de cabelos brancos, que gritava "socorro, estou sendo assaltado".

O manobrista veio na direção do rapaz e começou a gritar, tentando afastar o agressor da vítima.

Eu olhava a cena de dentro de meu carro, a poucos metros, decidindo se saía ou não do carro. Foi quando eu reparei no olhar do rapaz que batia no idoso: O garoto parecia enfurecido, estava puto.

Foi quando pensei: Nunca vi um ladrão puto da vida. E este cara estava revoltado.

Alguma coisa estava acontecendo e não era um assalto...

Desci do carro e fui até o manobrista. Ele tentava enxotar o rapaz, e eu disse para ele que tinha alguma coisa errada. O "errado" era o outro, o rapaz tinha alguma coisa para contar.

Fui conversar com o garoto. Ele me disse que era Michê e fazia programa na região. E que o outro tinha combinado um programa, fizeram e depois o cara tentou fugir sem pagar falando que ia num caixa eletrônico pegar o dinheiro. Quando o rapaz percebeu o truque do idoso correu atrás dele e tentou reaver o dinheiro. Na briga o "cliente" começou a gritar "pega ladrão" e a confusão desandou de vez.

O "pobre velhinho" gritava: Vou chamar a polícia, seu ladrão!

Neste momento resolvi ir conversar com o velho. Perguntei para ele se precisava de ajuda, e ele disse que queria chamar a polícia. Na mesma hora respondi: Tem um trailer da PM cinquenta metros daqui. Acompanho o senhor.

Aí o assaltado desconversou... "Acho melhor esperar chegar uma viatura".

Eu pisei firme. "Faço questão de acompanhar o senhor! Até testemunho!"

E o velho enrolando... "Vou esperar a viatura passar..."

Nisto o bolo de gente se espalhou, o manobrista entrou com meu carro no estacionamento, e sobramos só eu, o Michê e o Espertalhão.

Chamei o velho num canto e disse: "Meu amigo, melhor pagar o que deve para o rapaz. Sabe por que? O manobrista já foi embora, a multidão dispersou, e eu estou indo para casa. Se o senhor não pagar o rapaz vai continuar apanhando muito... E com razão."

O manobrista no dia seguinte veio conversar comigo. Queria saber como descobri que o rapaz era inocente (entre várias aspas o inocente aqui)...

Esta é a maior dificuldade: Evitar, em algumas situações, o raciocínio intuitivo, muitas vezes baseado em padrões que não temos controle. Olhar a situação e tentar entender, sem julgar.
Na maioria das vezes é impossível. Mas desta vez deu certo....

A Nova Guerra Simbólica

Tudo é linguagem e simbólico. Não pensamos de maneira "objetiva", o subjetivismo prevalece, e é preciso aceitar isto.

As pessoas que estavam no World Trade Center em 11/09/2001 não tinham nenhum tipo de relacionamento direto com o Osama Bin Laden. Ele não as odiava, e por isto resolveu explodir o prédio.
Nem o prédio era o ponto mais interessante para atacar o modelo econômico americano, e as perdas, apesar de milionárias, não pararam com o capitalismo americano. As Torres Gêmeas eram um símbolo do capitalismo, como a Estátua da Liberdade também é um símbolo americano, de outra época e que simboliza outra coisa.

Mas o que simboliza a Maratona de Boston? Para mim esta é a pergunta mais complexa a ser respondida na explosão que aconteceu. Qual o sentido político, social, religioso, econômico que está embutido num evento geralmente associado a competição, esporte e saúde?

Por que este evento foi escolhido, dentre tantos outros, para ser objeto de um atentado?

Independentemente das explicações sobre quem fez o atentado (por sinal a história está muito mal explicada), a motivação me parece a grande incógnita.

Foram motivados apenas pelo fato de ser um agrupamento aleatório de pessoas? Pela vigilância reduzida? Pela cobertura jornalística mundial?
Honestamente acho simplório pensar nisto. Há mil outros eventos assim.
Guerras Simbólicas são guerras contra alvos que fazem algum sentido, que são antagônicos a princípios que regem um grupo, que têm crenças opostas e coisas do gênero.

Daí penso: E se realmente o simbolismo estiver no evento? No encontro de pessoas vibrando por entretenimento e saúde? Se a Guerra Simbólica tiver migrado de Objetos Físicos (templos, estátuas, prédios) e tiver passado para atacar Comportamentos? Atacar a Maratona enquanto Modelo de Vida, algo como se não fosse tão interessante explodir o prédio da Nike, e fosse mais importante explodir as pessoas que compraram a ideia que a Nike vende...

Sem querer ser profético, acho que o próximo atentado, se a lógica for esta, poderia ser numa Applestore ou na Disney. Tanto faz quem for faze-lo (o que sempre me parece estranho, como quando ativistas ocidentais pelos direitos dos animais atacavam os Mc Donalds ou em países não-democráticos baniam o consumo de Coca Cola).
De qualquer jeito o simbolismo continua, só que agora contra um jeito de levar a vida, focando nos seguidores, e não nos mentores deste sistema.

28.4.13

Sobre o Vídeo da Mulher sendo Decapitada no Facebook e os julgamentos

Uma das notícias mais comentadas nos grande portais nesta semana foi a divulgação no Facebook da decapitação de uma mulher no México. Parece que o vídeo continuou por um certo tempo no ar mesmo depois de muitos usuários terem denunciado como impróprio.

Para mim este vídeo suscita duas grande questões:

O Fascínio que temos pelo escabroso

Que a violência nos excita, em especial aos homens, todo mundo sabe. Mas há um apelo que o Nojo, o Desagradável, o Mórbido e o Repugnante nos traz. Existe inclusive um culto a isto, com nos filmes e games Gore americanos e japoneses. Quanto mais tripas, sangue e cabeças voando melhor. Tem a ver com o que chamamos de "curiosidade mórbida". O que gera repulsa curiosamente atrai. Se você digitar a palavra Gore no Google vai entender o que estou falando (e acho que existe uma grande chance de você querer fazer isto, é este o instinto a que me refiro).
Podemos criar uma série de justificativas para assistir ao filme, mas todas elas escondem uma curiosidade mórbida que movimenta os programas de noticiário e faz com que tentemos dar uma espiada no acidente que aconteceu no trânsito, gerando congestionamentos e ibope.

Só para lembrar, esta cultura vêm de longe, muito longe. No México podemos ver sobrepostas duas culturas que elevaram ao status de Culto a adoração mórbida: Os Maias e o Catolicismo. Sacrifícios Humanos são comuns por lá faz tempo, e quando os europeus trouxeram sua cultura apresentaram mais uma situação do gênero a ser cultuada.






A Violência no México gerou um Estado Paralelo Marcial

Para quem não sabe, a violência no México tem nome e sobrenome: Drogas para os Americanos. Milícias controlam com rigor e violência a região da fronteira e o domínio do tráfico. Há mais de uma década decatitações e outras formas violentas (e espetaculares, visando alertar e intimidar grupos rivais) acontecem, e nenhum governo consegue controlar.
Conversei com algumas pessoas que assistiram o vídeo no Facebook. Para quem assistiu o vídeo, chama a atenção o fato da mulher que está sendo morta não esboçar reação enquanto é brutalmente assassinada. Parece que ela aceita o fato. E este aceitar mostra claramente que a regra, por lá, é clara. Ela sabe o que fez e sabe por que está sendo submetida a isto. E isto, para mim, choca mais do que a parte sanguinolenta da história. Lembra um pouco outros casos no Oriente Médio, quando pessoas são apedrejadas em silêncio. Não apenas por constrangimento ou culpa, mas sim por saberem exatamente a regra, e quais as consequências de seu ato, por mais abominável que isto pareça para nós.
Questionarmos o Oriente Médio pelas suas atrocidades sem questionarmos as violências que acontecem na América decorrentes de uma demanda de droga para os americanos (e toda a complexidade do debate da discriminalização das drogas, etc) é no mínimo hipócrita de nossa parte.