Let´s Go!

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25.4.13

Sempre existe um Ricardo III perto de nós. E é bom ficarmos atentos

Ricardo III é um personagem real da história inglesa, mas o personagem que Shakespeare criou a partir dele é um resumo de um tipo de gente que anda por este mundo afora.
(Se quiser saber mais da história, clique aqui)

Conhece alguém movido pelo rancor, pela inveja? Alguém que sabe que é menor, que é feio, que sua alma é feia, mas ao mesmo tempo é um profundo conhecedor do ser humano?

Este é o Ricardo III. Ele age nas sombras, não se mostra, sua ações aparentam bom senso e boa vontade, mas seus objetivos estão longe de querer bem o outro. Ele odeia o mundo que o desprezou, e odeia saber que é desprezível.

Este tipo de pessoa está em débito consigo mesma ( Já escrevi um post sobre Dívida Interna Pessoal). Ela transfere para o mundo sua mágoa, ela quer ver o circo pegar fogo, um pouco como Nero tocando lira e Roma em chamas.

Esta pessoa decide, num determinado momento, que não espera mais ser aceita por ninguém, que não fazem questão de serem amadas. Ela quer se vingar do mundo por não gostar de si mesma.

Uma vez Orlando Villas Boas me disse que na aldeia indígena existem dois personagens mágicos: O Feiticeiro e o Pagé (que é o filho do cacique e curandeiro da tribo).
O Feiticeiro é geralmente o homem mais feio da tribo. Na tradição, só as pessoas bonitas vão para o céu. A alma dos feios é comida pelos urubus quando tentam chegar no céu.

O Feiticeiro decide fazer seus feitiços e maldades pois sabe que não irá para o céu. É uma estratégia para que as pessoas o odeiem e queiram matá-lo, e assim ele se pinta todo para ficar belo e tentar ir para céu. Ele quer morrer, ele busca a morte.

Então, conhece algum Ricardo III? Eu infelizmente conheço vários, inteligentes, elegantes, ardilosos. Vez por outra deixamos uma pessoa assim entrar no nosso rol de amizades. E quando isto acontece, se prepare: O estrago vai ser grande.