Nos últimos dias foram os ciclos de Festas Juninas, um monte de fotos da festança pelo Brasil afora. Todo mundo vestido de caipira, perto de uma fogueira, ou algo do gênero. Em breve, o ciclo das férias, com fotos e demonstrações de felicidade.
A mídia também trabalha com estes ciclos, mas com conteúdos. Sempre aparece uma notícia, de tempos em tempos, sobre a existência (ou não) da alma, questões de gênero (homens e mulheres), relacionamentos e por aí vai. Há algumas revistas que são, em si, um ciclo, pela sua periodicidade. Afinal de contas, toda revista Cláudia têm uma matéria sobre beleza, sexo, regime e moda. Ela é, em si, um ciclo, que serve para relembrar questões relevantes para suas leitoras. Mais ou menos como a missa semanal, as corridas pela manhã ou o futebol de quarta-feira.
Curiosamente tem muita gente que não aceita a vida cíclica, parece negar que tudo tem um começo, um meio e um fim. A começar pela vida. Vivemos numa sociedade que nega sistematicamente a morte, a doença, o fim da juventude, as desilusões. Nos apegamos a ciclos simples, mas nos recusamos a aceitar os complexos, os existenciais.
Talvez seja mais fácil se apegar aos ciclos menores, mais curtos ou menos complexos, que nos dão uma falsa sensação de que na semana, mês ou ano que vem continuaremos neles, mas esquecemos que no futuro, se ele existir, tudo será diferente, e a festa junina será outra festa, com outras pessoas. E mesmo nós não seremos a mesma pessoa.