Sei que há um lado positivo e interessante ao se inovar em comunicação. Sou inclusive um disseminador de novas maneiras de comunicar, e minha agência, a UmaCentral, realiza projetos bastante instigantes e eficazes.
Mas... quando vemos nas redes sociais inovações na publicidade precisamos colocar um pé atrás, não por que divulgar produtos e gerar resultados seja ruim, no estilo "o capitalismo é malvado", conversa que tem enchido um pouco a minha paciência nos últimos tempos, pelo excesso de hipocrisia. A grande questão é que ainda não conheço um projeto de comunicação que se sustente apenas na inovação. As grandes agências usam a inovação como chamariz, o formato da campanha sempre é tradicional: Mídias e abordagem adaptadas ao público-alvo, e muito, muito dinheiro envolvido.
Acompanho alguns colegas e ex-alunos postando soluções inovadoras e vejo que há uma falsa sensação de que a inovação na comunicação é a alma do negócio. Não é. Felizmente ou infelizmente, o que consolida a comunicação voltada para gerar negócios é a utilização de canais com frequência necessária para que a mensagem resista perante o universo de outras mensagens pulando na direção do público.
Mas não daria para fazer isto de maneira inovadora, sempre? Não sei se é possível. Primeiro porque o público enjoa, quer outra coisa, rejeita a inovação intensa e frequente. Ele quer um pouco de inovação, mas nada que o tire de sua zona de conforto. E do ponto de vista conceitual, inovar sistematicamente é sistematizar a inovação, o que acabaria definindo como um modelo tradicional de comunicação. Como diz o vilão de "Os Incríveis", se todos formos especiais, ninguém mais será especial....
Sejam bem-vindas as comunicações nas novas mídias e nos novos formatos, e seja bem vinda a inovação. Mas que ela não sustenta uma comunicação consistente, não sustenta.
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