Let´s Go!

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15.1.13

Por que gente velha gosta de lembrar do passado?

Não há tempo que não seja dinâmico. Passado, Presente e Futuro não são estáticos, eles dependem de como percebemos estes momentos. Cada vez que revemos algum evento vivido fazemos leves alterações na percepção dele. O que parecia um fato triste é interpretado como algo bom hoje, e talvez no futuro seja considerado um evento ruim novamente, mas por outras razões.
A mesma coisa pode acontecer em tempo real: Uma situação que está sendo vivida pode ser percebida de várias maneiras, e esta percepção pode mudar em fração de segundos, dependendo de como você se sente em relação a ela. Mudou a emoção e/ou o contexto a percepção muda.
Nossos projetos e expectativas em relação ao futuro? A mesma coisa. Só que estamos mais acostumados a enxergar o futuro de uma maneira incerta e cheia de possibilidades.

Menos as pessoas velhas. Estas sabem que há poucas incertezas no futuro delas, ele passa a ser cada vez mais concreto com a proximidade da morte. Talvez por isto o mistério do "pós-morte" vendido pelas religiões seja tão sedutor quando envelhecemos. Parece nos dar uma sobrevida na dúvida perante o futuro. Certezas absolutas, em especial a da morte, não são muito bem-vindas para ninguém.

Podemos transformar nosso passado numa especie de playground existencial. Como tudo de certa maneira pode ser transformado, podemos definir  que nossas experiências do Passado foram todas positivas de alguma maneira, para construir aquilo que somos hoje, e o poder de sedução desta miragem transforma nossa maneira de enxergar o Presente e mesmo o Futuro.

Se para os jovens a miragem do Futuro (infinito, poderoso e cheio de surpresas, mas só as boas) leva a uma percepção de que tudo será bom e que o fim está longe, não precisamos nos preocupar com isto, para os velhos a miragem está justamente no Passado, ou em alguma religião que permita que o Futuro seja infinito, como quando somos jovens.

1 comentário:

Anónimo disse...

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