Uma notícia triste: Jovem religiosa e de um grupo contra a violência é morta em chacina.
Odeio ver este tipo de coisa na mídia, pois dá um certo desânimo, parece que a luta por uma cidade mais civilizada está fadada ao fracasso. Parece que a banda podre da polícia e a bandidagem estão ganhando esta guerra que para o cidadão comum não faz sentido, ele só quer viver sua vida em paz, enquanto outros grupos estariam tomando o controle da situação.
Mas há uma outra possibilidade de interpretação do que está acontecendo, e é sobre isto que gostaria de refletir.
Já faz algum tempo que alguns observadores estão alertando: A violência que estamos vendo na TV não é necessariamente associada às facções criminosas, ou o crime organizado. Estão colocando todos os fatos dentro de uma só gaveta, como se a violência em SP fosse toda associada a um só fator ou fato.
Esta maneira de pensar têm suas origens. Pensamos de maneira linear, necessitamos criar um sentido, criar histórias. Não aceitamos o acaso, o aleatório. Precisamos fazer com que todas as coisas se conectem, façam um sentido juntas. E nem sempre este raciocínio é correto, ele muitas vezes pode ser ilusório.
A reação natural ao lermos a infeliz notícia desta jovem é acharmos que ela foi assassinada por ser uma defensora da paz, mas existem tantos outros fatores que podem ter gerado esta tragédia. Ela poderia estar no lugar errado, na hora errada, acompanhada de gente que era visada, ou nenhuma destas possibilidades.
Outro fator é o interesse que a própria mídia têm de alimentar estas histórias, eles querem vender notícias. Se querem chamar a atenção e as pessoas estão atentas à determinados fatores, a notícia vai acabar sendo tendenciosa para ser mais bem recebida.
Estas complexidades acabam sendo deixadas de lado, e acabamos simplesmente tirando conclusões errôneas. E acreditamos nelas.
Sem comentários:
Enviar um comentário