Se você tem alguma dúvida em relação a qual o interesse que os candidatos tem ao se elegerem vá dar uma volta pelo centro de São Paulo.
(passei um mês sem correr por causa do ar seco e de uma sinusite crônica e voltei hoje. Senti uma piora brutal na condição da cidade).
O lixo se acumula nas ruas do centro velho. O cheiro de urina aumentou, culpa do cidadão espírito de porco, da falta de vigilância e da falta de limpeza.
As ruas estão esburacadas, não só aqui como na cidade inteira.
A cracolândia está lotada de nóias: o número aumentou ou o bom filho à casa torna?
Um dia destes o barulho no Largo do Arouche estava mais alto que a média. Aos domingos as pessoas vêm namorar por aqui, e ligam os rádios dos carros para dançarem e beberem na rua. Já estou acostumado, é menos barulho que de muito bairro chique. Mas aquele dia estava especial, com gente bêbada gritando.
No dia seguinte fui até o trailer da polícia que fica no meio da praça, ou seja, no meio da bagunça. Tem policial 24h por dia lá. E perguntei para o cara por que a polícia não coíbe os abusos, como gente pisando nas flores, urinando na rua ou brigas. Sabe o que o cara me falou? Que se não houver denúncia a polícia não pode interferir.
Como assim? Se tem um cara urinando na rua a polícia só pode pedir para o cara parar se alguém ligar para o 190? Alguém pode me explicar isto? É um estímulo ao denuncismo ou uma apatia perante a realidade que está literalmente ao lado dos caras?
Na cracolândia a mesma coisa. Centenas de pessoas amontoadas consumindo crack ao lado do trailer da polícia. Honestamente não entendo...
Enquanto corria, refletia sobre a triste condição da política eleitoral de São Paulo. E desviava dos infinitos cavaletes com rostos sorridentes a olhar para mim como uma cobra olha para um rato.
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