Do ponto de vista cinematográfico o filme é mediano, trata da história de um ator pornô recém-aposentado (com mulher e filho pequeno) que é convidado a estrelar um último filme, com a condição de não saber o roteiro, ganhando uma fortuna. Sem perspectivas e atiçado pela vida pregressa de astro do pornô, o cara topa e cai numa armadilha onde perversidade, violência e sexo se misturam.
Não é o primeiro filme a atiçar a curiosidade com a possibilidade de realmente existir este submundo. O mais antigo que me lembro chama Canibal Holocausto, um suposto documentário sobre uma filme que teria saído do controle. Sangue, tripas, tribos estranhas e mulher pelada.
No caso de Um Filme Sérvio há a questão nacional da Sérvia, um país fruto da fragmentação sangrenta da Iugoslávia, onde genocídios horrorosos aconteceram, e vizinhos mataram vizinhos a machadadas, no estilo Jason do Sexta-Feira 13, o que poderia sugerir uma metáfora da tensão naquela terra, mas isto transparece de maneira pouco sutil e meio abobada num discurso do diretor do filme que está sendo rodado. O que interessa mesmo é o Gore, a sanguinolência, e a mulherada pelada sendo despedaçada. Não há crítica no filme, só reafirmação do gênero, um Subtrash confirmando o interesse em Corpos Mutilados e... Mulher Pelada.
Ah, você acha que estou exagerando? Há revistas especializadas no assunto, como a Girls & Corpses, com simulações de violência e mulherada rebolante.
O bom e velho Freud estava com a razão total sobre nossa pulsão primordial (Id), que é essencialmente Sexo e Violência. Podemos sublimar, transformar em arte ou simular nas parafilias por aí. Mas a coisa mexe com as pessoas.
Logicamente não somos movidos sempre em busca de Sexo ou de Violência: De acordo com Frans de Waal somos parte Chimpanzé, parte Bonobos: O ser humano seria uma versão bipolar dos dois. Chipanzés usam da violência para obter sexo, e Bonobos usam o sexo para evitar a violência. Oscilamos entre estes dois primos próximos, e vamos seguindo com nossas ambiguidades em relação ao tema. Pena que o filme não traga esta questão, e no final, aja com punição moralista em relação aos protagonistas...
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