Assisti ao novo filme de Michael Moore, e tenho de assumir publicamente que adoro os filmes dele. Eu sei, ele está meio fora de moda (e de forma, cada vez maior), a mesma intelectualidade que o incensou hoje o questiona, mas acho fundamental que exista algo como ele no cinema, ou no jornalismo.
Me explico:
Primeiro que não existiria nada como o CQC sem o cara. Verdade. O absurdo da política surge retratado com humor através dos programas de TV dele.
Segundo: Ele é um cara disposto a mostrar "a outra história", mesmo que esta história esteja impregnada de seu ponto de vista. Este filme, em especial, apresenta uma versão saborosíssima da ajuda que o Congresso Americano deu aos bancos (700 bilhões, para começar), mostrando que praticamente todo o conselho econômico do governo era composto de pessoal da Stanley Morgan, incluindo o ex-presidente, atual Banco Central americano.
A análise histórica que Moore faz da liberalização das (questionáveis) práticas de livre mercado é mordaz, cruel, e muito razoável. Mesmo que saibamos que ele manipula o que mostra (como aliás acontece com todo mundo, não há imparcialidade em absolutamente nada. se conhecer alguém que se diz imparcial fuja! É um tendencioso camuflado que está na sua frente).
Terceiro que ele mostra um Estados Unidos com pobres, injustiçados, pensantes, oprimidos, o que nem sempre conseguimos ver em filmes da gringolândia.
Recomendo o filme. Não é uma verdade absoluta, mas uma visão irônica e extremamente inteligente do colapso de 2008 e das causas e efeitos do fenômeno.
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