Mas percebo que existem algumas questões curiosas sobre o tema. Quando digo "percebo" é que vejo algumas dilatações e desvios que a emoção gera nas pessoas em praticamente todas as pessoas.
Uma pessoa que tem de tomar uma decisão e mudar comportamentos e hábitos para atingir algum objetivo. Pode ser desde um adolescente que precisa estudar para a prova até um sedentário que precisa fazer ginástica.
Há evidentemente uma complexa mudança de ritmo e orientação para novos hábitos, não se pode esperar que você troque de mão a escova de dente e saia escovando como se fosse a coisa mais simples do mundo, que não é.
Mas há outra questão, que é o que me interessa nesta reflexão: É muito comum que mudanças comportamentais não sejam tomadas pelo simples fato de estarmos ocupados pensando nelas, como se pensar (pensar neste contexto significa sentir de maneira introspectiva, vivenciando emoções de maneira intensa) gerasse os resultados e mudasse algo. Paramos no meio do caminho (no caso, nas emoções que a mudança poderia gerar ou na gestação da mudança) e não mudamos. E nesse intervalo que surge a culpa cristã, a autopiedade, a excessiva autocrítica. É no não mudar, na imobilização emocional gerada pelo excesso de sentimentos.
Assim, o adolescente se perde nos devaneios emocionais de ter de mudar e acaba dedicando mais tempo a isto do que resolver sacar o livro da mochila e estudar. O sedentário acorda com sentimento de culpa de não fazer exercício e se dedica mais a se sentir culpado do que amarrar um tênis e sair caminhando pelo bairro.
Este lapso, este intervalo emocional superdimensionado acaba imobilizando a situação de tomada de decisão. O que aumenta a vivência do sentimento gerando angústia e sem gerar a mudança necessária.
Se o excesso de razão gera a imobilidade, o excesso de emoção também.
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