Let´s Go!

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7.5.13

Luisa e os Rinocerontes Negros

Quando minha filha Luisa nasceu, fiquei sensível ao tema "Mundo". Já tinha um filho, o Marco, mas não tive o prazer de vê-lo nascer, ganhei o Marco com 9 anos, não o vi filhotinho.
Meu primeiro filhotinho foi a Luisa. Aquela coisa desengonçada que gera sentimentos profundos sobre a existência, e principalmente daquele mundo que vai existir quando morrermos.

Quando não vemos filhotinhos, não pensamos muito no mundo que continuará. Quando os vemos, acabamos preocupados com o que vai acontecer depois que formos embora. Pelo menos eu passei a me preocupar muito.

Não me esqueço de um documentário sobre os Rinocerontes Negros, e sobre o perigo de extinção desta espécie. Me lembro de chorar sozinho ao ver os Rinocerontes na TV, pensando em que mundo tinha colocado a Luisa. Um mundo em que ela talvez não visse Rinocerontes Negros pastando pela África.

Durante um bom tempo foi motivo de conversa e curiosidade a história dos Rinocerontes. Meus amigos achavam curioso, "por que esta preocupação com os Rinocerontes?", eles diziam.

Minha verdadeira preocupação é com a nossa capacidade de exterminar outra espécie por motivo fútil, ou por ignorância. O modo destrutivo que é acionado pelo ser humano em muitas situações.

Não posso dizer que não tenha um certo encanto pelos Rinocerontes, em especial depois de ler "O Rinoceronte" do Ionesco. Eles povoam meu imaginário, e quem me conhece sabe que a foto do Dali em frente de um Rinoceronte me toca profundamente. Se quiser ver o diálogo entre o Rinoceronte Negro e o Branco comigo, vale a pena ver meu álbum de desenhos.

Hoje tenho um filho de dois anos, o Daniel, e se eu sobreviver, vou ter de explicar para ele por que os Rinocerontes Negros foram extintos.

Honestamente preferia, como pai, não ter de explicar isto para um filho.

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