Let´s Go!

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26.3.13

O Pastor Marcos Feliciano representa (sim) muita gente!

Esqueçamos a troca de cargos e a permissividade dos partidos. Esqueçamos também as questões de corrupção e abusos.
Todas as questões acima podem ser usadas para criticar qualquer político e partido do Brasil, portanto são genéricas e endêmicas.
Não é isto que está em questão.
O Pastor Marcos Feliciano está sendo julgado por assumir um cargo tradicionalmente oferecido para minorias e perseguidos políticos. Foi a fatia que o PSC obteve nas trocas de cargos dos jogos de poder.
(Também vejo como muitos uma contradição existencial do Pastor, ao depilar as sobrancelhas e alisar o cabelo pixaim, numa vaidade complexa e negação de sua identidade, seja lá qual for. Mas acho que esta contradição não se restringe a ele, mas sim a todas as mulheres que fazem chapinha, todos os caras que tomam anabolizantes, clareamento de dentes, Camaro amarelo, e por aí vai)

O que questiono é que a perseguição do Pastor tenha embutida uma postura preconceituosa em relação àquilo que ele representa: Sua classe e seu papel social.

Ele é definitivamente uma liderança emergente, no papel de Pastor, é uma celebridade em seu meio. Faz o que outras lideranças como Edir Macedo e muitos já fizeram. O púlpito é um canal de comunicação para disseminar sua mensagem, obter seguidores e consolidar seu grupo. Mas este grupo, quem é?

Óbvio que este grupo é uma elite que gerencia um grupo maior e obtém privilégios de seus seguidores. José Dirceu incitou a juventude socialista a sair nas ruas em defesa de sua honradez e inocência alegadas. A Marcha da Família por Deus foi uma resposta à Parada Gay, ambas gigantes e poderosas.

Aparentemente O Pastor Marcos Feliciano é um tradicionalista, quando defende valores como Tradição, Família e Propriedade, como Plínio Correia de Oliveira da TFP.

Se ele foi escolhido para o cargo pelo seu partido (Social e Cristão), imagino que o partido pretenda uma projeção potencial desta liderança para que consiga mais espaço no governo ou se candidatando a novos cargos públicos.

O atual Presidente da Comissão de Direitos Humanos representa sim muita gente: A grande massa de evangélicos saídos da periferia, de baixa escolaridade, que busca na comunidade religiosa um espaço social que perdeu ou que nunca teve. E que tem sim valores tradicionais e ambíguos, como a própria imagem do pastor.

O que as pessoas querem? Que eles voltem para o seu devido lugar? Qual é o lugar "destas pessoas"?
Não está na hora de aceitar que grupos democraticamente representados tenham espaço, algum espaço na gestão? Ou eles só podem participar em alguns lugares, e em outros não? Tem certeza que você pensa assim? A imagem da faxineira proibida de subir pelo elevador social vêm imediatamente na minha cabeça...

"Mas ele é retrógrado, preconceituoso, racista", alguns dizem. Eu não tenho nenhuma simpatia por ele, não conheço seu trabalho e não sou religioso, mas fica a pergunta:

Você ainda não tinha percebido que nosso mundo está deste jeito faz tempo? Foi só agora? Jura?

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