Quando eu era pequeno teve um cara que ganhou muito dinheiro vendendo uns vermes para botar no aquário que a propaganda dizia serem parecidos com mini-pessoas.
Melhor de tudo que vinha num saquinho, igual Tang, você jogava e magicamente surgia uma pequena colônia de amiguinhos! Uau!
Devo ter sido a única criança que não teve Kikos Marinhos, mas pelo que entendi a decepção foi total. Os vermes nem de longe pareciam pessoas, e eram bem sem graça.
Depois de um certo tempo surgiu a mania dos hamsters. Cá entre nós, um hamster nada mais é que um rato sem rabo, por isto cheguei a conclusão que os cientistas deveriam procurar uma mutação genética para que todas as ratazanas do mundo nascessem sem rabo. As pessoas, ao invés de correrem dos bichos, iriam gritar de alegria: "Veja, querida, um bichinho de estimação está tomando a sopa do vovô! Que gracinha! Chame as crianças!"
E o negócio de ter hamster se profissionalizou, filmes com hamsters surgiram, seriados, e, obviamente, casinhas cada vez mais sofisticadas. Era o mercado do pet shop em seus primórdios. E as casinhas dos hamsters eram (e ainda são) incrivelmente complexas, com banheiro, rodinha, tubulações... praticamente um Cingapura misturado com Hopi Hari para os roedores...
Se pararmos para pensar, o Big Brother nada mais é que a evolução dos Kikos Marinhos, com uma etapa de transição de hamsters. O que mudou? Eles estão aprisionados na televisão, e não no aquário ou na gaiolinha, ficamos observando os bichos por horas, mesmo que eles não façam nada de interessante, e temos assunto para comentar com outras pessoas que gostam de hamsters, Kikos Marinhos ou Big Brothers.
Meu receio é que os próximos a serem confinados para ficarmos observando serão os Aliens. E é por esta razão que eles nos visitam com tanto sigilo. Se algum for pego, vai ser jogado imediatamente na gaiolinha e vamos acompanhar em tempo real ele andando para lá e para cá...
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